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EUA prometem investir para desenvolver comércio dentro de África

 EUA prometem investir para desenvolver comércio dentro de África

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, prometeu hoje investimentos para melhorar a infraestrutura comercial dos países africanos e reduzir a sua dependência económica do exterior do continente.

“Como temos visto há anos, os países africanos têm mais comércio com países de fora de África do que com países de África. Isso não é normal”, disse o chefe da diplomacia norte-americana durante a Cimeira de líderes africanos que decorre em Washington.

Blinken participou na apresentação de um investimento de 504 milhões de dólares (471,8 milhões de euros) do Governo dos Estados Unidos da América (EUA) para melhorar a conectividade entre o porto de Cotonou, no Benin, com o Níger, país vizinho.

O secretário de Estado garantiu que este tipo de investimento vai ajudar a aumentar o comércio entre os países africanos e a reduzir a sua dependência face ao exterior, algo que apontou como um “pilar central” da política do executivo de Joe Biden para o continente africano.

“Benin e Níger são duas das economias de mais rápido crescimento na África subsaariana. O seu relacionamento ajudará a impulsionar o crescimento económico, fortalecer o comércio e a infraestrutura de transporte e conectar as suas nações, suas indústrias e seus povos”, disse Blinken.

No evento, o Presidente do Benin, Patrice Talon, agradeceu o gesto do Governo norte-americano, mas pediu que ajude a impulsionar o investimento de empresas privadas nos países africanos.

O chefe de Estado lamentou que, apesar de todos os esforços dos países africanos, “o número de empresas privadas norte-americanas em África é baixo”.

“O desenvolvimento não pode vir apenas de investimentos em infraestrutura e necessidades básicas. Para que o crescimento seja real, precisamos de investimento do setor privado”, afirmou Talon.

Por sua vez, o Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, agradeceu os investimentos dos EUA e prometeu “reformas institucionais” no seu país para aumentar os fluxos comerciais.

“Vemos os Estados Unidos como um parceiro que atende às nossas necessidades e nos ajuda a atender aos nossos interesses”, enfatizou.

Joe Biden receberá até quinta-feira em Washington 49 líderes africanos numa cimeira com a qual pretende contrariar a influência chinesa e russa no continente africano.

Ainda hoje, a secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, e a subsecretária de Estado para Controlo de Armas e embaixadora de Segurança Internacional, Bonnie D. Jenkins, anunciaram durante a Cimeira o apoio adicional dos EUA à iniciativa “Raios de Esperança” da Agência Internacional de Energia Atómica.

“Um financiamento de até quatro milhões de dólares (3,75 milhões de euros) apoiará a iniciativa Raios de Esperança da Agência, destinada a expandir o acesso a tratamentos de radioterapia contra o cancro que salvam vidas em África”, anunciou o executivo norte-americano.

O Presidente africano, João Lourenço, presente na Cimeira desde terça-feira, participou hoje no debate sobre financiamento de infraestrutura africana e transição energética.

Lourenço, de acordo com um comunicado da Presidência angolana, indicou que num horizonte de quatro a cinco anos, Angola deverá ter aproximadamente 80% da sua matriz energética sustentada em fontes limpas, não poluentes, concretamente energia produzida a partir de hidroelétricas e de centrais solares.