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Democratas perdem ‘gás’ na reta final da campanha para as intercalares

 Democratas perdem ‘gás’ na reta final da campanha para as intercalares

As sondagens na reta final da campanha para as eleições intercalares mostram que os democratas perderam ‘gás’ e os republicanos estão melhor posicionados para recuperarem o controlo do Congresso a 08 de novembro.

O modelo preditivo da plataforma especializada FiveThirtyEight indica que o resultado mais provável é a vitória dos republicanos na Câmara dos Representantes e no Senado (48 em 100).

A hipótese de que os democratas retenham o controlo do Senado é de 33 em 100 e de que mantenham as duas câmaras é ainda mais baixa, apenas 18 em 100.

No mais recente modelo da CBS News, divulgado a 30 de outubro, os republicanos lideram as projeções para a Câmara dos Representantes, com 228 assentos — mais 15 do que os que detêm atualmente. A análise indica que se trata de um ganho inferior à média para o partido da oposição numas eleições intercalares.

Esse ganho seria, no entanto, suficiente para virar o controlo da câmara baixa, já que os democratas passariam a ter 207 representantes.

O cenário é menos claro no Senado, que está praticamente dividido ao meio em termos de probabilidades: o FiveThirtyEight dá aos democratas 52 em 100 chances de vitória e 48 em 100 aos republicanos. É o que os especialista apelidam de “toss up”, com a vitória a poder cair para qualquer um dos lados por causa das margens de erro nas sondagens.

A politóloga luso-americana Daniela Melo, que leciona na Universidade de Boston, sublinha o impacto dessa margem de erro.

“Neste momento, é impossível prever, com qualquer certeza absoluta, o resultado destas eleições”, indica à Lusa. O facto de haver margens apertadas e de haver menos sondagens ou de menor qualidade em muitos distritos dificulta as previsões.

As corridas mais apertadas no Senado neste momento são na Geórgia, Nevada e Pensilvânia.

Na Geórgia, o republicano Herschel Walker ganhou ligeira vantagem nos últimos dias contra o democrata incumbente Raphael Warnock, 53/47. No Nevada, o republicano Adam Laxalt também passou à frente da democrata incumbente Catherine Cortez Masto, 53/47. E na Pensilvânia o democrata John Fetterman leva vantagem sobre o republicano Mehmet Oz, 58/42.

O especialista em sondagens Nate Silver considerou que o partido que conseguir dois destes três assentos deverá atingir o controlo do Senado.

O que se sabe, com a votação antecipada a acontecer em vários estados, é que os níveis de participação estão a ser elevados e nalguns casos superam já 2018, ano em que os democratas protagonizaram uma “avalanche azul” na Câmara dos Representantes e ganharam 41 assentos mas falharam na tomada do Senado.

Numa sondagem ABC News/Ipsos, publicada a 30 de outubro, três em cada cinco eleitores disseram que o aborto deve ser legal, um dos temas em que os democratas mais estão focados e que foi citado por 16% dos inquiridos como o mais relevante.

No entanto, acima disso, os temas mais importantes para os eleitores neste momento são a economia (28%) e a inflação (22%), assuntos em que consideram que os republicanos estão melhor posicionados para liderar.

A sondagem também revela que há mais americanos a preferirem que a presidência e o Congresso estejam nas mãos do mesmo partido (29%) em vez de estarem divididos (19%), apesar de metade considerar que o bloqueio legislativo no governo federal quando há dois partidos no poder não faz muita diferença.