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Associação de Teatro pede que as salas de teatro sejam entregues aos grupos
O presidente da Associação Angolana de Teatro (AAT), Adelino Caracol, sugeriu, em Luanda, que as salas de teatro sejam entregues aos grupos, para maior rentabilização dos espaços e independência financeira das companhias.
Falando aos jornalistas, a propósito do estado do teatro em época de pandemia, Adelino Caracol considerou ser necessário que o Ministério da Cultura entregue a gestão dos espaços aos fazedores de artes para que estes possam desenvolver as suas actividades, apontando como exemplo a antiga Assembleia Nacional.
Segundo o presidente da AAT, a entrega destes espaços vai permitir maior rentabilização e acabar com o aspecto de abandono de espaços, como se tem visto em muitas salas, como o cine Karl Marx e São Paulo.
O encenador advertiu que nem sempre que se fala em apoio, trata-se de ajuda financeira, mas sim da criação de condições para que os grupos possam desenvolver as suas actividades e atinjam a sua autonomia financeira.
Adelino Caracol considerou haver associativismo entre os grupos, havendo a possibilidade de unir o teatro a outras modalidades artísticas como a música e artes plásticas sob gestão dos grupos e o Estado ficar apenas encarregue da fiscalização e da recolha das receitas provenientes das várias actividades.
O responsável lembrou que parte da população é jovem e que o teatro pode ser uma das melhores formas de diminuir a delinquência, com o enquadramento dos jovens nas artes cénicas e a cuidar destes espaços.
O presidente da AAT informou que a associação mantém contacto com alguns empresários, mas estes não investem no teatro por acharem pouco atractivo economicamente, pois o Executivo não define prioridades e não existe a Lei do Mecenato, que seria de grande ajuda para a classe empresarial entrar neste negócio.
O teatro, disse, é um dos maiores moralizadores da sociedade e que nesta fase conturbada que o país vive com a crise financeira e a Covid-19, o teatro tem a função de equilibrar as mentes, e o Executivo devia ter o teatro como parceiro.
O responsável fez saber que a falta de espaços para exibição continua a ser uma das maiores preocupações para o desenvolvimento das artes cénicas, sendo o aluguer das salas dispendioso para as companhias.
Com mais de 20 anos de actividade e 220 membros, a Associação Angolana de Teatro (AAT) está representada em todas as províncias do país, onde tem realizado várias acções de formação e capacitação dos seus associados em representação, encenação e de actores.