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Assinados acordos para modernização de infra-estruturas e produção de energia

 Assinados acordos para modernização de infra-estruturas e produção de energia

Depois dos debates em torno das energias renováveis em África, o Presidente da República, João Lourenço, testemunhou a assinatura de acordos e protocolo a nível do Ministério dos Transportes de Angola com a Abu Dhabi Ports, e do Ministério da Energia e Águas com a Masdar.

Três acordos que vão ampliar e reforçar a cooperação entre a República de Angola e os Emirados Árabes Unidos, em domínios específicos, foram, ontem, assinados em Abu Dhabi, no âmbito da missão oficial que o Presidente João Lourenço cumpriu neste país do Golfo Pérsico desde domingo último.

O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, assinou o acordo que liga o seu sector à empresa Masdar, ao abrigo do qual esta última produzirá em Angola um volume de energia de até 2 Gigawatts, com uma primeira fase de 500 Megawatts.

Ricardo de Abreu, ministro dos Transportes, assinou, em nome do Estado angolano, um instrumento jurídico com a Abu Dhabi Ports Company que vai assegurar uma cooperação mais estreita e troca de informações nas áreas de cooperação já estabelecidas.

Por último, a UNICARGAS vai beneficiar de um programa de reabilitação e modernização por parte da empresa emirati Ad Ports Group, como resultado do correspondente Termo de Compromisso assinado também, ontem.

A parte angolana foi representada por Joaquim Nazaré Pimentel da Piedade, membro da Comissão de Gestão da UNICARGAS.

Masdar no sistemas de energias renováveis

Sobre o acordo assinado com a Masdar, João Baptista Borges referiu que há um ano que Angola vem discutindo com a entidade dos EAU sobre um projecto de investimento privado no país e que prevê a construção de cerca de 10 Gigawatts de capacidade solar, ou seja dois mil megawatts de energia solar.

Numa primeira fase, prevê-se a construção de quatro parques, totalizando 500 megawatts. Estes parques vão ser construídos no Sul de Angola, nas províncias da Huíla e do Na-mibe, que vão injectar a sua capacidade na rede eléctrica nacional.

A construção dessa energia solar de 500 megawatts, segundo o ministro da Energia e Águas, circunscreve-se na estratégia que o país desenhou para atingir a segurança energética, como também as fontes de produção energética, de forma a produzir uma energia mais limpa, menos poluente, tal como foi referido pelo Presidente da República, no painel sobre sustentabilidade.

Depois de assinados os acordos, João Baptista Borges disse que ainda existe um caminho pela frente, que passa pela discussão e celebração de acordos de compra de energia, visto que estes projectos são uma parceria público-privada, em que a Masdar vai construir os sistemas de produção de energia e o Estado tem o compromisso de comprar parte da energia.

 “Temos tido uma discussão profícua, com entendimento, onde claramente há uma inegável intenção e vontade dos EAU de investir em Angola, não só no domínio da Energia, mas também nos combustíveis, água, com fontes ou soluções de dessalinização, uma técnica que nos EAU permite que 80 por cento da água que consome é proveniente do mar. E Angola tem ao longo da sua costa Sul áreas onde não há águas subterrâneas, nem superficiais, onde a dessalinização pode rapidamente garantir o abastecimento de água às populações”, ressaltou.

Sectores contemplados

Segundo o ministro dos Transportes, o acordo com a Abu Dhabi Ports, uma autoridade marítima nos Emirados Árabes Unidos, visa desenvolver entre outros projectos em carteira, ao longo de um ano, como o da Barra do Dande, a construção do Terminal Portuário do Dande, assim como o Terminal de Águas Profundas do Caio e a Zona Franca do Caio.

Ricardo de Abreu acrescentou que visa, igualmente, desenvolver a actividade da cabotagem no Norte, sobretudo, os terminais de Luanda, Soyo e Cabinda.

Sublinhou que do protocolo assinado, consta a formação e a capacitação dos marítimos angolanos, sendo que a Abu Dhabi Ports tem uma forte academia marítima em Abu Dhabi, com a qual se pretende geminar com a academia angolana.

O ministro, quanto à Unicargas, explicou que foi assinado um acordo com uma joint-venture, bem como com a Abu Dhabi Ports, para a gestão e exploração do Terminal Polivalente de Luanda, do Porto de Luanda.

O terminal, segundo o governante angolano, carece de um investimento e o acordo entre as duas entidades estabelece volumes de investimento que serão disponibilizados pela Abu Dhabi Ports.