Ary Papel entre os ausentes dos eleitos de Pedro Gonçalves

A convocatória do técnico Pedro Gonçalves para o jogo decisivo com à similar do Madagáscar, de acesso ao CAN´2024, dia sete de Setembro, no Estádio Tundavala, província da Huila, trouxe rostos novos, mas também algumas ausências notáveis.

Na verdade, o treinador dos “Palancas Negras” é conhecido pelo seu trabalho de prospecção de jogadores angolanos que evoluem no estrangeiro e também pela sua verticalidade nas suas ideias, sendo que desta vez deixou de fora, entre outros, Ary Papel, um dos activos do futebol nacional.

Pelas excelentes exibições do atleta, formado no 1.º de Agosto, a jogar actualmente no Al-Akhdar SC da Líbia, onde foi o melhor marcador da época transacta, era espectável que integrasse a lista de eleitos para o jogo a disputar-se na cidade do Lubango.

À luz dos últimos acontecimentos, a sua ausência pode pressupor medida de corte por parte do líder da Selecção Nacional, após pronunciamentos pouco abonatórios sobre a sua pessoa, colocando, inclusive, em causa, a sua postura profissional.

Em junho último, por altura da convocatória para o confronto com a República Centro Africana, tambem para a corrida ao CAN`2024, o ausente Ary Papel declarou à imprensa nacional que o técnico devia ter mais respeito por ele e que seus critérios de selecção são “duvidosos”.

“Sinto que fui desrespeitado. Para mim não ser chamado para a selecção não tem outra história. O treinador sabe do filme que anda a fazer na selecção”, disse na ocasião, acrescentando que não mais representaria o combinado angolano enquanto o luso Pedro Gonçalves for o treinador.

Saído do 1.º de Agosto em 2016, o atacante transferiu-se (junto com o seu colega Gelson Dala) para o Sporting de Portugal, passando depois por algumas equipas da Europa, antes de regrassar para o seu clube de formação.

Actualmente é na Líbia onde desfila o seu futebol, caracterizado por dribles, força, velocidade e capacidade de remate com os dois pés, qualidades que o colocam no topo do futebol africano.

Na época passada (2021/22) foi premiado com a “Bota de Ouro” de melhor marcador da Primeira Liga da Líbia ao serviço do Al-Akhdar SC, tornando-se o primeiro futebolista angolano a obter tal feito naquele país árabe.

Esta decisão de manter o atleta fora dos escolhidos ocorre numa altura em que Pedro Gonçalves possui uma série de alternativas nos vários sectores (baliza, defesa e ataque), fruto de uma diplomacia junto de jogadores angolanos que evoluem no exterior, alguns nunca jogaram por Angola,

A presença na convocatória do avançado Ivan Cavaleiro é reflexo disto mesmo, numa lista de integrantes, entre os que evoluem dentro e fora do país, com competencias desportivas bem firmadas.

Trata-se de Zine (AEK Atenas da Grécia), Mabululu (AL Ittihad Alexandria do Egipto), Gilberto (Petro de Luanda), Milson (Maccabi Tel Aviv (Israel), Chico Banza (Anorthosis do Chipre), Hélder Costa (Leeds da Inglaterra), Ivan Cavaleiro (Lille da França), Gerson Dala (Al – wakrah do Qatar), Depú (Gil Vicente de Portugal), João Lucas (Shanghai Port da China) e Zito Luvumbo (Cagliari da Itália).

A convocatória integra ainda os guarda-redes Neblu (1° de Agosto), Kadú (Oliveira do Hospital de Portugal) e Gelson (Interclube),os defesas António Hossi (1° de Agosto), Tó Carneiro), Eddie Afonso e Quinito (Petro de Luanda), Buatu (Valênciennes (França), Kialonda Gaspar (Estrela Amadora de Portugal) e Murilo Fortuna (Gente da Bélgica).

Completam o grupo, os médios Rui Modesto (AIK Estocolmo Suécia), Fredy (Antalyaspor da Turquia), Beni (Casa Pia de Portugal), Bruno Paz (Konyaspor da Turquia), Keliano (Estrela Amadora de Portugal), Megue (Petro de Luanda ) e Estrela (Erzurumspor da Turquia).