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“Não podemos permitir riscos nucleares”, exortou Zelensky

 “Não podemos permitir riscos nucleares”, exortou Zelensky

O Presidente da Ucrânia disse hoje que o país está pronto para aumentar as exportações de energia para a Europa, realçando nesse sentido a importância da central de Zaporijia funcionar em segurança e permanecer ligada à rede elétrica.

Volodymyr Zelensky participou hoje, através de videoconferência, no Fórum Ambrosetti, uma das reuniões mais importantes da economia mundial a decorrer em Cernobbio (norte de Itália).

“A proteção da central nuclear é uma salvaguarda contra um desastre nuclear. Não podemos permitir riscos nucleares”, acrescentou.

O Presidente ucraniano lembrou que “Zaporijia foi atacada várias vezes nas primeiras noites de março, quando foi ocupada pelos russos”.

“Estávamos a um passo de uma catástrofe, e foi apenas graças aos engenheiros ucranianos que o acidente foi evitado. Se não fossem eles, teria sido um acidente pior do que Chernobyl”, referiu.

A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, controla a central de Zaporijia, a maior da Europa, desde 04 de março.

As forças ucranianas e russas acusam-se mutuamente de ataques que podem provocar um desastre nuclear.

O acidente nuclear mais grave de sempre ocorreu em solo ucraniano, em 1986, na central de Chernobyl, quando a Ucrânia fazia parte da antiga União Soviética.

“Podemos ajudar a estabilizar o consumo de energia dos países vizinhos e europeus e isto pode reduzir a pressão russa sobre a Europa. Mesmo agora, apesar das dificuldades, podemos exportar energia equivalente a 8% das necessidades de Itália”, prosseguiu o chefe de Estado ucraniano dirigindo-se ao Fórum Ambrosetti.

Ainda na mesma intervenção, Volodymyr Zelensky afirmou que a Ucrânia pode tornar-se um “centro de energia verde” para a Europa e “substituir as energias sujas da Rússia”.

“Temos um grande potencial para desenvolver energias renováveis e hidrogénio verde”, disse.

O governante reafirmou ainda o empenho da Ucrânia “em evitar uma crise alimentar no mundo, o que pode impedir uma nova crise migratória da Ásia e de África em direção à Europa e, em particular, para as costas mediterrâneas de Itália”.

“Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir que isto não aconteça. Os alimentos ucranianos já foram entregues com sucesso em 20 países, incluindo na Etiópia e no Iémen, onde a situação é particularmente grave. O nosso empenho em garantir a segurança alimentar permanece forte. Estamos prontos a ajudar a conter um novo caos de preços na Europa”, concluiu.