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“Não haverá mais dinheiro público para o Banco Económico” – José de Lima Massano
O governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, disse esta quarta-feira que não haverá nenhuma injecção de capitais públicos no Banco Económico, assegurando que a reestruturação estará pronta ainda este ano.
“Queremos, até final deste ano, que as medidas mais impactantes sejam concluídas, esperamos ver isso acontecer até final do ano”, disse José de Lima Massano, governador do Banco Nacional de Angola (BNA), à margem de um seminário em Carcavelos, nos arredores de Lisboa, em Portugal.
Segundo José de Lima Massado, não haverá esforço adicional de fundos públicos para que o banco possa continuar a sua operação, para quem foi a opção que seguida e por isso, com o que está desenhado, “não esperamos que outras perdas relevantes venham a acontecer, o sentido desta operação é proteger os depositantes e, dentro do possível, os investidores”.
Ao dissertar à margem do seminário “Novo Ciclo da Economia Angola”, na Universidade Nova, em Carcavelos, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal Angola, acrescentou: “Queremos implementar as medidas mais impactantes até final do ano, e depois teremos um período em que o banco vai continuar a fazer as suas correcções, já numa lógica mais estratégica, mas do ponto de vista de equilíbrio das suas contas e adequação dos capitais, [o processo de reestruturação] tem de ficar pronto até final do ano”.
Conversão de depósitos
Uma das medidas acordadas foi a “conversão de depósitos em capital, assim como a conversão de parte da dívida subordinada também em capital”, esclareceu o governador, admitindo que tem havido alguns atrasos decorrentes da complexidade do processo e da intervenção de múltiplos agentes.
“Tivemos um atraso provocado pelos temas da Covid-19 em 2020, mas felizmente o processo foi retomado, as decisões do BNA foram tomadas e estão em fase de implementação, aguardamos que a Comissão do Mercado de Capitais emita as autorizações para os instrumentos complementares, para todo o programa de reestruturação, o que deverá acontecer a qualquer momento”, avançou José Lima Massano, citado pela Lusa.
O ritmo da reestruturação do banco, admitiu, “é o possível, mas há uma coordenação de várias entidades, a Comissão do Mercado de Capitais, o Tesouro, o BNA, e nem sempre essa articulação permite a celeridade” que se gostaria, “mas o processo está em curso e a próxima assembleia de sócios será determinante para o programa de reestruturação do banco”.