Irregularidade das chuvas afecta produção agrícola

Duzentos 34 mil e 635 hectares cultivados, dos 588 mil 84 preparados para a campanha agrícola 2021/2022, foram afectados devido à irregularidade das chuvas na província do Cunene.

As primeiras chuvas na região caíram no princípio dos meses de Novembro e Dezembro de 2021, tendo registado uma estiagem prolongada de 20 dias, que fez com que as culturas do massango, massambala e milho secassem.

Em declarações à Angop, hoje, o director da Agricultura no Cunene, Pedro Tibério, disse que a campanha agrícola ainda não está comprometida, mas afectada, e com o retorno da chuva as famílias camponesas têm três semanas para trabalharem na lavoura.

Explicou que a chuva voltou a cair nas últimas 24 horas, a nível dos seis municípios da província, daí a necessidade dos agricultores trabalharem rápido na lavoura e lançarem à terra sementes de curto círculo produtivo ou seja três meses.

Disse que, segundo as previsões do INAMET, há probabilidades de, durante os meses de Fevereiro e Março, registarem-se chuvas com regularidade.

“A semente tradicional (massango) que as famílias camponesas mais utilizam já não faz sentido nesta época, visto que o período de chuva que resta (menos de quatro meses), não permite o seu desenvolvimento, daí que devem apostar em sementes de curta duração”, afirmou.

A campanha agrícola 2020/2021, que previa colher 139 mil toneladas de produtos diversos, havia já ficado comprometida devido a irregularidade das chuvas, adicionando a praga de gafanhotos, que destruíram 908 lavras de culturas de massango, massambala e milho.

O responsável sublinhou que na altura os municípios do Cuanhama, Cuvelai e uma parte de Ombadja conseguiram ainda colher alguma quantidade de massango e massambala, mas não o suficiente para criar reservas.

Pedro Tibério disse que o mesmo se verificou na produção do tomate, pimenta e cebola, nas margens do rio Cunene, dos 310 mil hectares previstos, apenas 260 mil foram lavrados, mas devido a incidência da praga vira-cabeça, toda produção ficou deteriorada.

O gabinete provincial da Agricultura no Cunene distribuiu, nos meses de Outubro e Novembro, 500 mil toneladas de sementes de milho, massango, feijão, fertilizantes e 500 charruas, a 142 mil 21 camponeses envolvidos no processo produtivo.