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Falta de iluminação e assaltos entre os principais problemas da Centralidade do Kilamba

 Falta de iluminação e assaltos entre os principais problemas da Centralidade do Kilamba

A falta de iluminação pública e os constantes cortes de água nalguns quarteirões e avenidas são as principais reclamações  incalculável dos moradores da Centralidade do Kilamba, revelou a reportagem do NOVO JORNAL.

Esses acreditam que a situação da falta de iluminação dá azos ao aumento da criminalidade. Aliás, a Centralidade do Kilamba também tem a fama de ser a zona com mais furtos de acessórios de viaturas. Só em Maio deste ano, mais de duas redes criminosas foram desmanteladas pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC).

“Os assaltos ocorrem a qualquer hora do dia nas vias principais, dentro dos parques de estacionamento e até nas portas dos edifícios”, revela Manuel Resende. O morador sugere que a Polícia e a administração devem proibir a circulação de motos de duas rodas ou as kupatatas (moto de três rodas) dentro do recinto residencial.

O presidente fundador da Comissão de Moradores pede aos governantes que salvem o Kilamba, pois, no seu entender, as constantes debilidades estão a contribuir para “morte lenta” da centralidade que, até 2018, era considerada um dos maiores projectos do género em África.Margarida Samuel, outra moradora do Quarteirão Y, revela que, devido à insegurança, os moradores contrataram empresas de segurança privada para vigiar os edifícios. No seu edifício, de oito andares e 32 apartamentos, cada casa paga mensalmente sete mil kwanzas para as despesas do condomínio. Parte deste dinheiro é canalizada para os ordenados dos seguranças. Entretanto, sobre o assunto dos assaltos, fontes do Comando Municipal de Belas garantem ao NJ que a situação “está calma” e que “já há patrulhamento”.

Com o passar dos anos, devido à falta de manutenção periódica, algumas pessoas já começaram a fazer alterações nos apartamentos, justificando a acção com a degradação das casas.

“Muitas casas já apresentam fissuras e infiltrações, noutras, os mosaicos começaram a estalar e a desprender-se”, explica Margarida Samuel, de 52 anos. “Por ser obra de chineses, sempre desconfiávamos de que um dia esses problemas todos iriam acontecer. Como solução, estamos a pintar as casas de outras cores e a mudar os mosaicos para evitar possíveis acidentes”, acrescenta.

Outra cidadã diz que há edifícios em que os elevadores já não funcionam, noutras há apenas um dos elevadores activo. “No meu edifício, o elevador de carga já não funciona. Chamámos um técnico e os trabalhos ficaram orçados em mais de três milhões de kwanzas, muito complicado”, explica.

Já Alfredo Pedro, que há nove anos se decidiu a vender a sua moradia no bairro Marçal e arrendar um apartamento T4 no Kilamba, diz, com tristeza, que “o Kilamba de ontem não tem nada a ver com o de hoje.

“Antigamente, era um luxo e dava gosto, mas hoje já não digo o mesmo, a começar pelo lixo espalhado nos largos, os pedintes, assaltos, falta de transportes e de unidades de saúde. Como é possível uma centralidade tão grande ter apenas um centro de saúde público?”, questiona. Este funcionário público acredita que uma das melhores coisas que o Kilamba tem, até hoje, são as escolas e creches distribuídas em cada quarteirão.