Técnicos de saúde de Belas formados em matérias de gestão de resíduos hospitalares
Cadáveres na bacia de retenção do Kilamba alarmam bombeiros
O Serviço de Protecção Civil e Bombeiros está preocupado com o número de corpos encontrados nas valas de drenagem em Luanda, com destaque para a bacia de retenção do Kilamba, o comandante do Quartel de Salvamento e Resgate.
Chala de Carvalho adiantou que, no período de chuva, se tem registado, nas zonas com valas, um maior número de mortes por afogamento, a maioria, com base nas investigações, por negligência. “Sendo uma zona considerada de risco, as pessoas deveriam ter mais cautela. Mas não o fazem, insistem em fazer travessia em pontes curtas, com um risco muito elevado de perder a vida e quando assim acontece a maioria das vítimas vai a óbito”.
Durante as chuvas, revelou o inspector-chefe, os bombeiros encontram muitos corpos, em especial no bairro Vila Kiaxi, em Talatona. “Isso ocorre porque muitas crianças vão brincar regularmente nas bermas das valas e os adultos tentam fazer a travessia durante a chuva”, avançou.
A bacia de retenção do Kilamba, acrescentou, tem sido uma das áreas de risco, pelo facto de muitos cidadãos usarem o espaço para fazer natação, sem qualquer segurança. “As mortes na bacia de retenção de Viana reduziram consideravelmente, embora alguns cidadãos ainda insistam em penetrar naquela zona considerada de risco”.
Os bombeiros, continuou, têm realizado campanhas de sensibilização, de forma a reduzir tais práticas de nadar em valas de drenagem, cuja interdição está fora da alçada da corporação. “Geralmente, temos informado a população para não circular nestes locais ou fazer a travessia e alertamos as administrações, quando a situação tende a agravar-se”, explicou.
Outras ocorrências
Outra questão preocupante, disse, são os vários cadáveres encontrados na via pública, muitos deles também sem qualquer identificação. “Para a identificação do corpo fizemos a presunção da idade, para poder ir à busca das famílias que tenham apresentado queixas de desaparecimento”.
Muitas vezes, esclareceu, os efectivos encontram corpos, em especial de menores, em tanques de água. “Há inúmeros casos em que os Bombeiros têm o registo de um cidadão ou uma criança que depois de dados como desaparecidos são encontrados no tanque de água e, às vezes, nas fossas sépticas. Quando tal acontece, o técnico limita-se a retirar o corpo da zona de difícil acesso, para depois o Serviço de Investigação Criminal (SIC) apurar os reais motivos da morte”, disse.
Conselhos úteis
Chala de Carvalho pediu uma maior atenção aos cidadãos, quanto à entrada (tampas) das fossas, assim como a dos tanques de água, que devem ser, sempre, bem protegidas, porque as crianças não têm a capacidade de identificar uma situação de risco. “Não devemos deixar as crianças sozinhas. Elas precisam estar, sempre, com alguém que tenha capacidade de raciocínio”, apelou.