Os moradores da Sede dos Ramiros, mais precisamente do Bairro da Lagoa, lançaram um apelo público à Administração Municipal de Belas para a resolução urgente dos constantes cortes e instabilidade no fornecimento de energia eléctrica. O bairro, que fica a poucos metros da Subestação de Energia, tem enfrentado dificuldades que colocam em causa o bem-estar e a segurança da comunidade.
Apesar da proximidade com a infraestrutura responsável pela distribuição de energia na zona, os moradores dizem-se esquecidos pelas autoridades e denunciam a falta de manutenção, baixa tensão e cortes frequentes, sobretudo durante o período da noite.
“É um absurdo vivermos ao lado da Subestação e mesmo assim termos que passar dias sem energia. Temos crianças, idosos e muitos comerciantes que dependem da luz para trabalhar. Pedimos que a Administração de Belas olhe para nós com mais atenção,” desabafa Dona Celina Manuel, moradora há mais de 12 anos no bairro.
Outro residente, o senhor Mário Pinto, que vive com a família a menos de 200 metros da subestação, também expressou a sua frustração: “Já perdemos electrodomésticos por causa da tensão baixa e instável. Às vezes a luz volta de madrugada e em força, queima tudo. Só queremos respeito e solução.”
Joana Figueiredo, mãe de três filhos e vendedora de congelados, revela que a situação está a prejudicar o sustento da família: “Na semana passada perdi dois baldes de peixe e carne por causa da falta de energia. Eu vivo disso. Se continuar assim, vou ter que deixar o bairro. Já não dá.”
Os Ramiros, uma das zonas mais emblemáticas e populosas do município, têm enfrentado diversos desafios estruturais, incluindo problemas com energia, saneamento básico e acessos. O Bairro da Lagoa é uma das áreas mais afetadas, mesmo estando em zona próxima de infraestruturas estratégicas como a subestação.
Os moradores apelam à intervenção urgente da Administração Municipal de Belas, da ENDE e das autoridades provinciais, para que a energia eléctrica chegue com qualidade e regularidade às suas casas. Além disso, pedem maior fiscalização e transparência sobre os investimentos prometidos para a melhoria dos serviços públicos na zona.
