Alguns moradores da Centralidade do Kilamba ouvidos pelo KILAMBA 24 HORAS sobre os festejos do Natal afirmaram que muitas famílias perderam a cultura de festejar a data, por causa da situação económica.
Venâncio Carlos, de 46 anos, morador do Quarteirão J, lamentou o desinteresse das famílias pela ceia de Natal, afirmando que muitas famílias estão a perder a cultura de festejar o Natal, algumas por causa da perda do poder de compra.
“As coisas estão cada vez mais caras, a subida da cesta básica está a condicionar muito”, lamentou.
O morador lembrou que, no passado, quando chegava o mês de Dezembro, as pessoas ficavam eufóricas e preocupadas como iriam se organizar para festejar o Natal. As ruas e as casas eram arranjadas com os enfeites de Natal, troca de presentes e solidariedade ao próximo.
“Hoje já não se vê entusiamo nas pessoas em enfeitar as ruas, montar a árvore de Natal em casa. Há quem diga que é um dia normal, o importante é estar bem e ter o que comer, porque amanhã é um outro dia”, frisou.
Kilson Joaquim, de 25 anos, disse que as pessoas estão a perder a graça de cear o Natal em família. Para muitas delas, a quadra festiva é para esquecer, perdeu a graça. Mas nota que há pessoas que passam o Natal em festas organizadas nos bairros e se divertem do seu jeito.
“Lembro-me que, antes, o Natal era uma data que todos festejavam com alegria, amor e união das famílias. Actualmente, já não vemos o amor ao próximo, é cada um por si, há mais disputas do que solidariedade”, lamentou.
Na mesma senda, Faria Chihaki, funcionário público, lembrou que, antigamente, a celebração do Natal foi melhor, as coisas estavam mais acessíveis e havia mais acolhimento e união entre as famílias.
“Relativamente aos dias de hoje, as coisas mudaram em termos de preço e custo de vida. É um dos factores que faz com que algumas famílias não consigam manter e conservar a tradição de se reunirem para a ceia do Natal” reconheceu.
Alberta António, de 40 anos de idade, disse que ainda comemora o Natal, unindo a família à volta da mesa com alegria, paz, amor e troca de presentes. Cada membro da família contribui para que não falte nada do cardápio principal, como o perú no forno com batatas fritas, o cozido à portuguesa, calulu de peixe e bolos.
“Gosto do Natal porque é o nascimento de Jesus e une as famílias. A ceia de Natal é uma tradição que reúne os entes queridos e amigos em torno de uma mesa farta e variada, com a troca de presentes”, sublinhou.
Lembrou que, antigamente, enfeitava-se as ruas com papel, sacos, latas e jogos de luzes nas árvores.
“Era um cenário que se via em diferentes pontos da cidade capital, que ficava linda e iluminada”, recordou, acrescentando que as pessoas contribuíam para se para decorar as ruas e as casas.