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Moradores comemoram avanços nas obras de terraplanagem entre os bairros 28 de Agosto, Macuia e África do Sul

 Moradores comemoram avanços nas obras de terraplanagem entre os bairros 28 de Agosto, Macuia e África do Sul

A poeira e os buracos estão a dar lugar ao alívio e à esperança. As obras de terraplanagem entre os bairros 28 de Agosto, Macuia e África do Sul já avançaram mais de 1 quilómetro, e os moradores da zona não escondem a satisfação com o progresso.

A intervenção faz parte do plano da Administração Municipal de Belas para melhorar a acessibilidade nas zonas periféricas, especialmente aquelas que durante anos estiveram à margem das grandes intervenções urbanas. Neste troço específico, os trabalhos incluem acomodação de solo e nivelamento, fundamentais para facilitar a mobilidade de viaturas, ambulâncias e até mesmo o transporte escolar.

“Finalmente! Há muitos anos que esperávamos por isso. Quando chove, ninguém consegue sair de casa sem se sujar todo ou ficar atolado”, afirma Dona Laurinda, moradora do bairro África do Sul há mais de uma década. Já Manuel António, mototaxista da zona do 28 de Agosto, vê na obra uma oportunidade: “Com estrada boa, trabalho mais, gasto menos em manutenção e os clientes ficam mais satisfeitos”.

A ligação entre os três bairros tem sido crítica para o escoamento de produtos e circulação de pessoas, especialmente nas épocas de chuva, quando as vias de terra batida se tornam quase intransitáveis. Para os moradores do bairro Macuia, esta obra representa um passo concreto na luta contra o isolamento e a negligência, temas recorrentes nas reclamações populares.

Além de trazer benefícios logísticos e económicos, a melhoria das vias ajuda a recuperar o sentimento de cidadania. “Pela primeira vez, vejo máquinas aqui a trabalhar mesmo. Já não é só promessa”, disse Arlete João, comerciante local.

Os trabalhos de terraplanagem nestes bairros seguem inseridos numa estratégia mais ampla de requalificação viária e inclusão social em Belas, onde bairros como o Matadouro e o Morro dos Veados também aguardam intervenções urgentes. Com este tipo de acções, a Administração espera reduzir as assimetrias de desenvolvimento e dar respostas mais céleres às comunidades mais afastadas dos centros administrativos.

Para os moradores beneficiados, este é apenas o começo. Mas um começo que renova a esperança e resgata a dignidade de quem nunca desistiu de acreditar.