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Dívida pública será crucial para os ratings da África subsaariana – Fitch

 Dívida pública será crucial para os ratings da África subsaariana – Fitch

A agência de notação financeira Fitch Ratings alertou que, depois da degradação generalizada das finanças públicas na África subsaariana devido à pandemia, a evolução da trajectória da dívida face ao PIB será determinante para os países da região.

“As trajectórias da dívida pública na África subsaariana vão passar por uma maior diferenciação nos próximos dois anos de uma deterioração generalizada nas finanças públicas em 2020 e 2021”, diz a Fitch Ratings, alertando que “um aumento na dívida pública face ao PIB poderá ser um potencial gatilho para uma acção negativa de ‘rating’ para a maioria dos países que têm uma perspectiva de evolução negativa”.

Num relatório sobre a evolução da dívida nesta região africana, em que os três países com um rácio de dívida face ao PIB mais elevado são Cabo Verde, Moçambique e Angola, os analistas estimam que “as trajectórias da dívida vão passar por uma divergência mais acentuada em 2022 e 2023, com as pressões relativas à pandemia a abrandarem e a recuperação económica a fortalecer-se.

Na nota, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, a Fitch Ratings nota que a dívida pública “subiu em todos os países africanos analisados pela Fitch à excepção de Angola, Zâmbia e República do Congo”, sendo que em Angola e na República do Congo, “isto reflectiu, em parte, os efeitos da subida dos preços do petróleo em 2021”.

Os valores de dívida pública vão, em 2023, regressar aos níveis anteriores à pandemia em 9 dos 19 países da África subsaariana avaliados pela Fitch Ratings, sendo que apenas Moçambique terá, no próximo ano, um rácio da dívida face ao PIB inferior ao valor registado em 2021.

A Fitch Rating reviu em alta este mês a avaliação sobre a qualidade de crédito soberano de Angola, melhorando o ‘rating’ para B-.

Sobre Cabo Verde, a agência de notação financeira manteve, em Dezembro do ano passado, o ‘rating’ do arquipélago em B- com perspectiva de evolução estável, ao passo que em Moçambique a última avaliação foi feita em Julho do ano passado, mantendo o país em CCC.