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“Caso Lussati” prossegue com a leitura das contestações da defesa

 “Caso Lussati” prossegue com a leitura das contestações da defesa

O julgamento do “Caso Lussati” prosseguiu, quarta-feira(17), no Centro de Convenções de Belas (CCB), em Luanda, com a leitura das contestações pela defesa dos quarenta arguidos acusados de diversos crimes, com destaque para os de peculato, tráfico de influência e branqueamento de capitais.

Na sessão, iniciada de manhã, apesar de a maioria dos advogados que tiveram a palavra ter procurado negar o procedimento, o  juiz da causa, Andrade da Silva, manteve o cumprimento da ordem de trabalhos estabelecida, que consistiu, primeiro, na apresentação das contestações pelos  advogados de defesa e, só depois, as demais questões supervenientes.

Jonas Kaliengue, defensor do réu Paulo Jorge Armando, negou ler a sua contestação, argumentando ser em solidariedade aos réus presentes na sala de audiência, desprovidos de representante oficial.

Venceslau Elavoco, representante oficioso dos co-réus Pedro Kangombe e Nelito Domingos, não se fez representar na sala de audiências, deixando a questão para posterior decisão.

Nas suas contestações, os advogados alegavam que o Ministério Público não cumpriu as normas estabelecidas na recolha de provas. “As acusações proferidas pelo Ministério Público não correspondem aos elementos objectivos”, afirmou António João, representante oficioso dos co-réus Aníbal Antunes e Ildefonso Ferraz, ambos oficiais das Finanças na Casa de Segurança do Presidente da República até à data dos factos.

O advogado António João contestou todas as acusações dirigidas pela instância do Ministério Público aos seus constituintes e defendeu que determinados oficiais generais da Casa Militar, que tinham a responsabilidade de homologar as folhas salariais, assinar as ordens de saque e ordenar pagamentos de salários aos efectivos, deviam ser, também, constituídos arguidos no processo.

O advogado Gelson Bunga insistiu na apresentação, antes de tudo, de questões que têm a ver com direitos fundamentais dos cidadãos arguidos, mais concretamente o facto de alguns deles terem dirigido ao Tribunal documentos respeitantes à defesa e não obtiveram resposta.

A sessão de ontem foi testemunhada por familiares dos arguidos e assegurada por um forte dispositivo da Polícia Nacional.