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Aung San Suu Kyi acusada de fraude eleitoral nas eleições de 2020
Suu Kyi, que já acumulou quatro penas num total de seis anos de prisão, enfrenta esta nova acusação juntamente com o presidente deposto, Win Myint, e o ex-ministro Min Thu.
O tribunal especial de Zabuthiri, na capital, criado após o golpe para julgar a política e outros líderes civis, indicou que espera terminar o caso em seis meses, enquanto a parte oral do julgamento começará em 14 de fevereiro.
Além desta nova acusação, a justiça birmanesa julga Suu Kyi por violar a Lei dos Segredos Oficiais, punível com até 14 anos de prisão, e uma série de crimes de corrupção, cada um punível com um máximo de 15 anos de cadeia.
No início de dezembro, Suu Kyi foi condenada a quatro anos de prisão, reduzidos a dois quando recebeu o indulto da junta militar, por violar as leis contra a pandemia e incitar a junta militar.
Também foi condenada, em 10 de janeiro, a quatro anos de prisão por omissão de medidas contra a propagação da covid-19 durante um ato eleitoral e pela importação ilegal de aparelhos de telecomunicações.
O golpe mergulhou Myanmar numa profunda crise política, social e económica e abriu uma espiral de violência, com novas milícias civis que agravaram a guerra de guerrilhas que o país vive há décadas.
O Exército justifica o golpe por uma suposta fraude maciça durante as eleições gerais de novembro de 2020, cujo resultado foi anulado e em que o partido de Suu Kyi venceu, como fez em 2015, com o aval de observadores internacionais.
Quase 1.500 pessoas morreram como resultado da brutal repressão realizada desde o golpe por policiais e soldados, que atiraram para matar contra manifestantes pacíficos, segundo dados da Associação de Assistência a Presos Políticos, que dá conta de mais de 11.800 opositores presos, incluindo Suu Kyi.