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Angola instala Centro de Avaliação de Fraudes
O país pode consolidar os mecanismos de combate à corrupção e outras práticas lesivas à economia, com a entrada em funcionamento de um Centro de Avaliação licenciado pela Associação Internacional de Examinadores de Fraude Certificados (ACFE, na sigla inglesa) que, em Março, realiza o primeiro curso preparatório em Angola.
A ACFE (Association of Certified Fraud Examiners, em inglês) é a maior organização de luta contra fraude económica do mundo, está sediada nos Estados Unidos, tendo 125 centros para formação e emissão de licenças a Examinadores de Fraude Certificados (CFE) em vários países, mas Angola é o primeiro país lusófono africano a ter uma representação.
O Centro de Avaliação da ACFE no país está a ser gerido pela empresa de direito angolano PetroShore Compliance, na qualidade de instituição licenciada para as acções de formação e o Exame CFE destinados a quadros seniores que trabalham, no mínimo, dois anos no combate à fraude, auditoria interna, investigadores criminais, procuradores da República e representantes de outros sectores e serviços que intervêm na luta contra o branqueamento de capitais.
A representante da Petroshore Compliance, Andrea Moreno, disse, em declarações ao Jornal de Angola, que a abertura do Centro de Avaliação em Luanda, só foi possível devido “às excelentes condições existentes”, o que passa pelas infra-estruturas com o rigor exigido e o compromisso do Executivo em consolidar o programa de luta contra a corrupção.
Andrea Moreno informou, ainda, que o novo centro vai formar, “para além de técnicos angolanos, quadros dos demais países lusófonos, incluindo Portugal e o Brasil, que também não dispõem de centros licenciados pela ACFE”, numa altura em que o Estado angolano tem inscrito um número considerável de especialistas na luta contra a fraude financeira.
O Exame CFE, frisou Andrea Moreno, é constituído por 400 questões, sendo que cada uma delas deve ser respondida num intervalo máximo de 10 segundos. Os candidatos só aprovam com um aproveitamento mínimo de 75 por cento, podendo repetir o exame três vezes durante o ano.
Aberta a todos os que tenham esses requisitos, a formação e avaliação custa 4 200 dólares, incluindo todo o material didáctico em português fornecido pela Associação. Os quadros com o título CFE estão habilitados a trabalhar em qualquer instituição internacional com um nível de remuneração de 37 por cento acima da média do mercado, de acordo com Andrea Moreno.
A Associação Internacional de Examinadores de Fraude Certificados é responsável pela descoberta da maior tentativa de fraude económica do mundo, avaliada em 20 mil milhões de dólares, contando com técnicos nas instituições internacionais mais rigorosas, tais como os serviços de inteligência norte-americanos, bancos centrais, regionais e Organizações Não Governamentais (ONG).
“Angola tem o privilégio de acolher o primeiro Centro de Avaliação desta prestigiante organização, mas também poderá facilitar a formação de quadros dos outros países lusófonos do continente, numa altura em que Portugal e o Brasil ainda não contam com este serviço. O país pode, assim, aprimorar o programa de luta contra a corrupção levado a cabo pelo Executivo”, afirmou Andrea Moreno.