Kilamba24horas

Acidente no Kilamba reacende revolta dos moradores: “Estamos entregues à sorte”

 Acidente no Kilamba reacende revolta dos moradores: “Estamos entregues à sorte”

O recente acidente de viação envolvendo uma viatura da Brigada Escolar da Polícia Nacional e um táxi azul e branco voltou a expor o estado crítico da segurança rodoviária na Centralidade do Kilamba. O incidente, que teve lugar no início desta semana, reacendeu uma onda de desabafos por parte dos moradores que se dizem abandonados pela administração municipal.

Embora os pormenores do acidente ainda não tenham sido totalmente esclarecidos, o episódio é descrito pelos moradores como mais um resultado previsível de um trânsito caótico e de uma infraestrutura rodoviária sem qualquer manutenção adequada.

“Aqui não há semáforos a funcionar. É cada um por si, e Deus por todos,” afirma Joaquim S., morador há mais de cinco anos na zona, visivelmente revoltado com a situação.

“Nós avisámos. Os acidentes não acontecem por acaso. Faltam sinais, faixas pintadas, passadeiras. Estamos entregues à sorte todos os dias,” lamenta Maria Alice, comerciante local.

“Pagamos impostos, pagamos seguros, mas não temos o mínimo de condições para circular com segurança. Depois, quando acontece um acidente, somos nós a arcar com tudo,” desabafa André Manuel, taxista da zona.

A população denuncia que vários semáforos estão avariados há anos, e a sinalização horizontal e vertical está praticamente inexistente. Muitos cruzamentos perigosos não possuem qualquer tipo de orientação, tornando-se armadilhas tanto para condutores como para peões.

Segundo relatos, a falta de manutenção é atribuída a dificuldades técnicas e financeiras, mas os moradores não aceitam essa justificativa. Eles cobram da Administração Municipal do Kilamba uma intervenção urgente para repor a ordem nas ruas e devolver a segurança à comunidade.

Além do risco à vida, a situação também tem impacto no setor de seguros, como explica um morador que preferiu não se identificar:

“As seguradoras estão a recusar cobrir sinistros aqui. Dizem que é zona de risco. E com razão. Aqui não se cumpre o básico do básico.”

Com o aumento da sinistralidade, os condutores enfrentam prémios de seguro mais altos, enquanto os moradores sentem-se desprotegidos e ignorados.

O caso mais recente é apenas um reflexo de uma realidade maior que exige respostas rápidas e eficazes. Para a população do Kilamba, chegou o limite da paciência. A exigência é clara: infraestrutura em condições, semáforos operacionais e sinalização adequada já.

“Não queremos ouvir promessas. Queremos ver mudanças concretas,” conclui um morador em tom de protesto.