Angola assume a presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no sector da Saúde, e vai apostar mais na cooperação e no desenvolvimento das políticas públicas nacionais, em especial na gestão da resposta à pandemia da Covid-19, anunciou, esta quinta feira, em Luanda, a ministra Sílvia Lutucuta.
A governante disse, durante uma visita guiada a infra-estruturas hospitalares da capital, que o Governo vai continuar a reforçar a cooperação, quer do ponto de vista técnico, institucional quer das vacinas para a Covid-19.
Com a passagem da presidência de Cabo-Verde para Angola, a ministra Sílvia Lutucuta realçou, ainda, a importância de apostar mais na formação de quadros qualificados, “um passo já tradicional na interacção entre os países”.
“Há um programa estabelecido, para fazer um balanço do trabalho feito. Tivemos grandes desafios com a Covid-19, a mobilidade foi um deles. Ainda assim, tivemos uma cooperação muito grande entre os países da CPLP”, explicou a governante angolana.
Durante a visita ao Banco de Leite Humano (BLH), na Maternidade Lucrécia Paim, ao lado dos ministros e secretários de Estado da CPLP, o titular da pasta da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, pediu o reforço da cooperação entre os dois países, em particular do ponto de vista técnico.
A expansão do BLH, defendeu, deve servir de exemplo para os países da CPLP. A superação da Covid-19 e o regresso à normalidade são outros aspectos fundamentais para os países da CPLP, que também deve prestar especial atenção a outras doenças, como a tuberculose, que foram negligenciadas durante a pandemia.
Para o ministro Marcelo Queiroga, é, ainda, fundamental dar uma resposta adequada aos sistemas de saúde dos países membros da CPLP, de forma a garantir um acesso universal, com a colaboração destes.
O secretário de Estado da Saúde de Portugal, António Sales, elogiou, por seu lado, a escolha de Angola para liderar a CPLP no sector da Saúde, adiantando que as relações sempre foram boas e o surgimento da pandemia ajudou no reforço deste espaço de partilha.
“A cooperação com Angola tem sido muito importante nos diferentes níveis, desde a vacinação, doações e testagens. Nesses dois anos, aprendemos muito. Há ainda a cooperação no reforço dos recursos humanos e humanização dos serviços”, explicou o secretário de Estado português.
O governante português mostrou-se, igualmente, satisfeito com as infra-estruturas hospitalares visitadas em Luanda.
“Agora, é essencial a formação e o aumento do intercâmbio em recursos humanos”, sugeriu o secretário de Estado.
Já o ministro da Saúde de Cabo-Verde, Arlindo do Rosário, considerou satisfatório o investimento que Angola tem feito neste sector e disse estar impressionado com os centros de referência hospitalares do país e as possibilidades criadas na área da tele-medicina.
“Os ganhos de Angola, a nível da saúde, mesmo em época da pandemia, são positivos. É um dos sectores que conseguiu ter mais valências, dentro das várias áreas de cooperação da CPLP. Durante as reuniões técnicas dos países membros, ficou em evidência a importância das instituições de saúde pública durante a pandemia e a urgência em se reforçar a ligação entre os vários institutos e hospitais da comunidade”, destacou o ministro.
Entre as instituições visitadas, ontem, na província de Luanda, pelos ministros e secretários de Estado da Saúde da CPLP estão a Maternidade Lucrécia Paim, no Distrito Urbano da Ingombota,o Complexo Hospitalar de Doenças Cardiovasculares Dom Alexandre do Nascimento, no Distrito Urbano do Palanca, e o Instituto Hematológico Vitória do Espírito Santo, no Distrito da Maianga.
