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Munícipes de Belas pedem mais autocarros para a Comuna dos Ramiros:

 Munícipes de Belas pedem mais autocarros para a Comuna dos Ramiros:

O grito de socorro é cada vez mais audível no Município de Belas, especialmente na Comuna dos Ramiros, onde a população enfrenta sérias dificuldades de mobilidade devido à falta de autocarros durante as horas de ponta.

De acordo com vários moradores, a escassez de transportes públicos tem obrigado cidadãos a recorrerem a carrinhas de carga, motorizadas e até veículos improvisados, popularmente conhecidos como “avô veio”, expondo-se diariamente a riscos de acidentes e insegurança.

“Todos os dias saímos de casa sem saber se vamos chegar ao trabalho vivos. Somos obrigados a subir em carrinhas de mercadoria, apertados e em pé, só porque não há autocarros suficientes”, desabafou a jovem Laurinda Miguel, estudante e residente nos Ramiros.

A situação agrava-se durante as primeiras horas da manhã e ao final da tarde, onde se formam longas filas e uma autêntica “corrida pela sobrevivência” para conseguir um lugar num dos poucos meios disponíveis.

Este apelo junta-se a várias outras reivindicações que têm vindo a ser feitas no Município de Belas, desde a falta de água potável, inundações em bairros vulneráveis como as Salinas, e o perigo da propagação de doenças como a cólera. Os munícipes dizem sentir-se esquecidos e abandonados pelas entidades responsáveis.

“Estamos numa zona que cresce todos os dias, com novas urbanizações, mais jovens a estudar e trabalhar, mas os serviços públicos, como os transportes, continuam estagnados”, acrescentou o senhor António Lemos, pai de três filhos e residente no bairro Pinduka.

Os moradores pedem ao Ministério dos Transportes e à Administração Municipal de Belas um plano de reforço urgente da frota de autocarros, bem como a criação de novas rotas que incluam zonas mais afastadas e densamente povoadas da comuna.

Mais do que conforto, os munícipes pedem segurança e dignidade no seu direito à mobilidade. “A vida de quem mora nos Ramiros não pode continuar a depender da sorte ou da coragem de andar pendurado numa carrinha”, concluiu um morador durante um pequeno encontro comunitário.