Vários moradores da Centralidade do Kilamba manifestaram a sua insegurança no território, com base nos níveis de criminalidade que tem aumentado nos últimos tempos.
A residir num apartamento que sofreu uma tentativa de assalto recentemente, Elisa Victor conta que o mal não aconteceu por conta de uma ronda, que estava a ser feita por efectivos da Polícia, que frustou a acção dos malfeitores.
A moradora do Quarteirão U acrescenta que, por estar no segundo andar, reinava em sua família um certo sentimento de segurança, já que ouvia de vária assaltos em apartamentos somente do rés-do-chão.
“Geralmente, esta situação -a falta de segurança na centralidade toda- é que faz com que os moradores recorram à segurança de si mesmo. Se não fecharmos, por livre e espontànea vontade, as nossas casas, tanto nas varandas como nas janelas, acabamos por sofrer grandes riscos, porque há momentos em que eles trepam, nessas bases onde ficam o ar condicionado”, narrou.
Elisa descreve que estes factos não sucedem apenas nos apartamentos do rés-do-chão, mas afirma, também “a partir do quarto para baixo, acaba sendo um grande perigo. E os assaltos vão decorrendo mesmo assim: levam televisor, telefones e coisas valisosas dentro de casa”.
Cíntia Victor estava a caminhar na calçada com os auriculares no ouvido. A marcha lenta com que segue o trajecto de regresso à casa, depois das aulas da faculdade de direito, transmite a ideia de uma pessoa cansada. Não obstante, a estudante decidiu testemunhar o que viu e ouviu desde 2014 -altura em que passou a viver na Centralidade do Kilamba.
“Há esta necessidade de colocar gradeamentos, porque eles os marginais sobem e arrombam as portas, tanto da lavandaria como da varanda. Fomos obrigados a colocar gradeamentos para a nossa segurança. Olhando por esta situação, a centralidade não está boa”, considerou.
Para esta moradora, o policiamento de proximidade, infelizmente, não se faz sentir, e, inclusive, acrescentou, algumas vezes, quando chamados, a presença dos efectivos no local faz-se de forma extemporânea.
Morador da Centralidade do Kilamba, Silveira Agostinho está insatisfeito, por ter perdido, recentemente, as tampas das jantes da sua viatura. Com o depoimento revestido de curtas frases, o maior de idade pontualiza que os gradeamentos numa cidade são indicadores de insegurança.
“Quando uma centralidade está gradeada é porque a segurança é complicada. Dentro dos apartamentos tem havido assaltos. No meu prédio já houve tentativa de assalto, e no prédio ao lado assaltaram. Eles controlam as portas se estão destrancadas, e são miúdos com 14 ou 15 anos, ou menos, até”, detalhou.
