A Centralidade do Kilamba, conhecida como a maior urbanização planeada de África, vive hoje uma realidade preocupante: 80% das ruas, avenidas e quarteirões encontram-se sem iluminação pública, mergulhando a cidade na escuridão durante a noite.
Segundo os moradores, a situação arrasta-se há meses e não existem, até ao momento, planos claros da Administração Municipal do Kilamba para a resolução do problema.
“A cidade está completamente às escuras. Só conseguimos circular porque há luz das lojas e restaurantes. Postes de iluminação não funcionam, e isso é inadmissível numa centralidade deste porte”, disse Ana Paula Luís, residente no quarteirão Q17.
A ausência de iluminação não só coloca em risco a segurança rodoviária, com motoristas a circular em ruas mal visíveis, como também aumenta a sensação de insegurança pública, com várias denúncias de assaltos em ruas e parques de estacionamento.
“Quando saímos do serviço à noite, o medo é constante. Já tivemos casos de roubos de rodas de carros e até tentativas de assaltos a residências. A escuridão facilita os criminosos”, relatou Carlos Mateus, morador do prédio J22, onde recentemente várias viaturas foram vandalizadas.
O problema não se restringe às avenidas principais. Nos quarteirões, os postos de iluminação estão apagados, deixando moradores praticamente isolados à noite.
“Não é normal que a maior centralidade de África esteja neste estado lastimável. Apelamos à Administração Municipal para que tome medidas urgentes. Precisamos de luz, precisamos de segurança”, reclamou Marta Fernandes, moradora do Kilamba.
Além das queixas de moradores, líderes comunitários pedem também que a Administração trabalhe em conjunto com as forças de segurança e empresas responsáveis pela manutenção, de modo a criar mecanismos de proteção dos bens públicos, uma vez que várias cabines elétricas já foram alvo de vandalismo e roubo de materiais.
Enquanto isso, a escuridão continua a ser um desafio diário para milhares de famílias que vivem no Kilamba, manchando a imagem de um projeto pensado para ser referência em urbanismo moderno em Angola.