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Interpol garante apoio a Angola no combate ao crime cibernético

 Interpol garante apoio a Angola no combate ao crime cibernético

A Organização Internacional de Polícia Criminal (OIPC-Interpol) garante que vai continuar a apoiar Angola no combate ao crime, especialmente o cibernético, assegurou, segunda-feira, em Luanda, o presidente da instituição, Ahmed Nasser Al-Raisi, à saída da audiência com a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa.

O encontro, segundo fez questão de esclarecer o major-general, natural dos Emirados Árabes Unidos, serviu para a organização vocacionada ao tratamento de matéria policial e criminal manifestar os agradecimentos ao Estado angolano, pela criação de condições para a realização da 26ª Conferência Regional Africana da OIPC- Interpol, agendada de hoje à quinta-feira, na capital do país.

“Angola lidera, neste momento, os assuntos que têm a ver com a luta dos crimes cibernéticos em África. É um assunto que aflige o mundo em geral. Por isso, viemos agradecer ao Governo angolano por permitir que esta reunião tivesse lugar em Angola”, adiantou-se a frisar o presidente da Interpol.

“Assegurei à Vice-Presidente da República que vamos ajudar Angola na luta contra o crime, especialmente os cibernéticos, bem como dos países africanos”, acrescentou Ahmed Nasser Al-Raisi.

Instado a avaliar o contributo da Interpol no combate ao crime organizado em Angola, o major-general assegurou ser uma preocupação da instituição que dirige prestar atenção ao evoluir do fenómeno em todos os países, “uma vez que o crime transnacional afecta a todos”, sublinhando que o país faz muito bem e ganha muito mais ao acolher a 26ª Conferência Regional Africana.

“Vamos juntar 54 países e poder partilhar muito e aprender da experiência de cada um, uma vez que o crime transnacional afecta os países em geral”, explicou o responsável.

Para o combate ao tráfico de seres humanos, pirataria, terrorismo, branqueamento de capitais e o cibercrime, disse Ahmed Nasser Al-Raisi, a Interpol conta com um centro para o efeito em Singapura e outro localmente, em cada um dos países-membros, denominado “Disco”, assegurando serem pontos facilitadores, que permitem a “colaboração entre os Estados”.

O presidente da Interpol esclareceu, ainda, não haver óptima forma de resolver os problemas relacionados com o crime “se não for dentro de uma colaboração entre os países”, desejando o melhor para Angola, especialmente em matérias ligadas à segurança.

“Angola é um bom país e convido a todos para virem e verem as infra-estruturas, partilhar e aprender um pouco dos esforços que está a desenvolver”, destacou o presidente da Interpol.

Privilégios e imunidades

A audiência concedida pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, ao líder da Interpol, Ahmed Nasser Al-Raisi, acontece depois de Angola e a organização de polícia internacional terem assinado, na cidade de Nova Deli, na Índia, um Acordo de Privilégios e Imunidades.

O acordo assinado pelo secretário-geral da Organização Internacional de Polícia Criminal, Jurgen Sotck, e o secretário de Estado do Interior, José Paulino da Silva, aconteceu à margem da 90ª Assembleia-Geral da Interpol, que aprovou a realização, em Luanda, da 26ª Conferência Regional Africana da organização.

A Interpol, antes designada Comissão Internacional de Polícia Criminal, num congresso de polícia em Viena (Áustria), que reuniu representantes de 20 países, transformou-se, ao longo dos últimos 100 anos, num dos organismos mais reconhecidos mundialmente, apesar de, por vezes, existir um completo desconhecimento sobre o seu trabalho concreto.

O congresso de Viena definiu, na altura, os eixos fundadores da acção da Interpol, pilares que continuam a vigorar 100 anos depois: atenção particular para as ferramentas de luta contra a criminalidade além-fronteiras e o princípio da neutralidade.

A Interpol ajuda as polícias dos países na luta contra a criminalidade, que se pode estender além-fronteiras, ao permitir a partilha de dados com os 195 membros da organização e de aceder aos dados partilhados por cada nação, além de apoio técnico e operacional.

Incremento da cooperação estará no centro da Conferência Regional

O incremento da cooperação internacional em matéria policial e criminal entre os 54 países-membros da Interpol estará no centro da 26ª Conferência Regional Africana da OIPC- Interpol, que tem início hoje, em Luanda.

O evento vai abordar, também, dentre os vários assuntos, a Estratégia Regional Africana da organização de polícia internacional no âmbito da prevenção e repressão à criminalidade organizada transacional, com destaque para o cibercrime, bem como os crimes financeiros e de corrupção, tráfico de seres humanos e o terrorismo.

A conferência coincide com a celebração de duas grandes efemérides, nomeadamente os 100 anos de cooperação institucional da Interpol, fundada em Setembro de 1923, e o 41º aniversário de adesão de Angola na organização.

Prestigiado pelo presidente da organização, o major-general Ahmed Nasser Al Raisi, a Conferência Regional decorre na sequência do acordo que o país rubricou com a Interpol, em Outubro do ano passado, à margem da 90ª Assembleia-Geral da instituição, em Nova Deli, Índia, e aprovado em Julho último, na 5ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente João Lourenço.

Durante três dias, os 250 altos oficiais das distintas polícias de países africanos e de outros continentes vão abordar a estratégia regional da Interpol, no âmbito da prevenção e repressão à criminalidade organizada transnacional.

A Interpol é uma organização que facilita a cooperação policial mundial e o controlo do crime e fornece aos Estados-membros suporte de investigação, conhecimento e treinamento para aplicação da lei em todo o mundo na luta contra o terrorismo, crime cibernético e crime organizado.