Técnicos de saúde de Belas formados em matérias de gestão de resíduos hospitalares
Insegurança alimentar na RDC atinge 27 milhões de pessoas
Pelo menos 27 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar na República Democrática do Congo (RDC), revelou, este domingo, um relatório das Nações Unidas, que prevê o agravamento da situação devido aos recentes combates entre o grupo rebelde M23 e o Exército governamental no Leste do país, causando milhares de deslocados.
A região, que faz fronteira com o Rwanda, convive diariamente com a ameaça de dezenas de grupos armados que disputam um pedaço da riqueza mineral da zona.
A crise na RDC é considerada a mais negligenciada do mundo, de acordo com um relatório do Conselho Norueguês de Refugiados (NRC), citado pela AFP. O país também apresenta altos índices de insegurança alimentar, segundo a FAO.
A ofensiva do M23 teve um grande impacto sobre os civis, com dezenas de mortos, incluindo crianças, e provocou mais de 170 mil deslocados, segundo as Nações Unidas.
Os rebeldes tomaram o controlo de várias aldeias, entrando em conflito com o Exército e aumentando a já grave crise humanitária na região. À medida que os combates continuam e mais áreas são afectadas, o número de pessoas que fogem cresce diariamente.
Cerca de 500 mil pessoas podem ser consideradas em situação de vulnerabilidade naquela parte da República Democrática do Congo, segundo a ONU. A maioria dos que fugiram das aldeias agora vive em condições precárias em igrejas ou escolas transformadas em abrigos. Os suprimentos de comida e água são limitados a doações de moradores locais e organizações humanitárias.
Ontem surgiram notícias de novos confrontos entre o Exército congolês e os rebeldes do M23, apesar do acordo de cessar-fogo recentemente anunciado em Kinshasa. Segundo um porta-voz do M23, Willy Ngoma, o grupo não foi ouvido para esse cessar-fogo, que terá sido acordado entre a República Democrática do Congo e o Rwanda, país habitualmente referido como sendo apoiante do grupo rebelde. Nestes últimos confrontos não houve registo de vítimas mortais.
Também ontem, um funcionário congolês de uma empresa de minas chinesa foi morto e outro gravemente ferido por homens armados no Leste do país, segundo testemunhas.