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Falta de segurança é evidente na Centralidade do Kilamba, desabafa Presidente do Conselho de Moradores

 Falta de segurança é evidente na Centralidade do Kilamba, desabafa Presidente do Conselho de Moradores

Recordo-me que, em Fevereiro de 2013, fiz a minha inscrição e, em Março do mesmo ano, com grande alegria e satisfação, vi o meu nome na lista, tendo ficado, assim, com a certeza de que iria concretizar, finalmente, o sonho da casa própria, justamente na cidade do Kilamba.

Ter acesso a uma moradia, com todas as condições de habitabilidade, na maior centralidade do país, repleta de equipamentos sociais, era, sim, um velho sonho concretizado.

Assim como eu, muitos outros moradores também exteriorizavam felicidade, por ter chegado a hora de, finalmente, possuírem uma casa própria.

Não foi fácil a obtenção de um apartamento. Quem foi contemplado recorda-se, com certeza, que ficou numa enorme fila, para chegar à porta de um posto de atendimento da Sonip ou da Delta Imobiliária, um cenário só comparável às filas que eram feitas nos supermercados, no tempo de partido único, para a compra racionalizada de bens alimentares.

A cidade do Kilamba foi inaugurada em Julho de 2011 e começou a receber, no ano seguinte, os primeiros habitantes, a maioria dos quais funcionários públicos e de empresas públicas.

O número de habitantes cresceu, a partir de Abril de 2013, como resultado da criação, pelo Governo, do sistema de renda resolúvel, para que os cidadãos sem recursos financeiros, para comprar um apartamento a pronto pagamento, possam pagar a prestações, durante 30 anos.

Durante o período de 2013 a 2024, muitas mudanças ocorreram, na cidade do Kilamba. A cidade oferecia, inicialmente, infraestruturas completas, belos jardins e escolas bem equipadas, proporcionando segurança e qualidade de vida.

A iluminação pública era visível e a Polícia Nacional patrulhava regularmente as ruas.

Recordo-me que, quando era coordenadora da Comissão de Moradores do prédio em que vivo, recebia, regularmente, a visita de agentes da Polícia, no âmbito da estratégia de policiamento de proximidade.Eles buscavam informações sobre situações problemáticas no prédio e nas áreas circundantes.

Reuniões regulares eram solicitadas por moradores ou pela Administração da Cidade do Kilamba, naquela época.

No entanto, após a cidade do Kilamba perder o seu “estatuto especial” e tornar-se um distrito, a segurança pública começou a enfrentar desafios.

Anteriormente, com orçamento próprio e serviços dedicados, tínhamos uma Polícia mais actuante e disponível para atender às necessidades dos moradores.Hoje, enfrentamos problemas graves, como roubo de cabos eléctricos e a vandalização de armários de energia eléctrica. Recentemente, tivemos que gradear algumas caixas de luz, no nosso quarteirão, para evitar danos.

A vandalização de bens públicos persiste, e é comum ver caixas de luz vazias pela cidade. Além disso, assaltos frequentes ocorrem nos parques de estacionamento em toda a cidade do Kilamba.

Alguns vizinhos optaram por contratar segurança privada, para a protecção da sua integridade e dos seus veículos, pois há viaturas visadas nos parques de estacionamento.

Infelizmente, também temos enfrentado, à noite, assaltos em apartamentos, cometidos, principalmente, por menores, muitos dos quais inimputáveis.Não podemos esquecer os “homens-aranha” que escalam os edifícios, para realizar roubos em residências.Apesar de várias reuniões, ainda não compreendemos, completamente, as causas que estão na origem da insegurança.

É essencial que continuemos a buscar soluções, para garantir a segurança e o bem-estar de todos os moradores da cidade do Kilamba.

É com grande preocupação que observamos os desafios enfrentados pelas Comissões de Moradores dos quarteirões que compõem a cidade do Kilamba.

Embora tenhamos recorrido à Polícia para relatar incidentes e buscar soluções, sentimo-nos, muitas vezes, impotentes diante de varias situações que ocorrem na maior centralidade do país.Acreditamos que a pobreza não deve ser um factor determinante para que crianças e jovens se envolvam em actividades criminosas.

Propomos, portanto, a criação de centros profissionais em todas as localidades, para que mais jovens possam aprender habilidades e investir em oportunidades de auto-emprego. Além disso, é essencial proibir a circulação de crianças e jovens durante o horário escolar, garantindo que estejam devidamente supervisionados e engajados em actividades construtivas.

É alarmante testemunhar crianças de 8 a 12 anos, por exemplo, dormindo nas ruas às primeiras horas da manhã. Onde está a Assistência Social do Distrito Urbano do Kilamba? Por que a Polícia não age para recolher esses jovens em situação de vulnerabilidade?

Recentemente, um jovem de 13 anos foi detido num edifício. Ele alegou ser morador do município de Cacuaco e que era instigado por um adulto a cometer assaltos. Essa situação é angustiante e faz-nos reflectir sobre o futuro desses jovens.

A falta de segurança também é evidente nas ruas da cidade do Kilamba. Homens em motorizadas realizam, frequentemente, assaltos, colocando em risco a integridade dos moradores.

Precisamos de um investimento significativo em segurança pública, para que possamos sentir a presença efectiva da Polícia.

Instamos todos a colaborar na busca de soluções. Juntos, podemos garantir um ambiente mais seguro e promissor para os nossos jovens e comunidade.