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Apartamentos do Kilamba viram escritórios e perdem ambiente residencial

 Apartamentos do Kilamba viram escritórios e perdem ambiente residencial

A Centralidade do Kilamba está a passar por uma transformação inesperada: muitos dos seus apartamentos de renda resolúvel estão a ser convertidos em escritórios e empresas, alterando completamente o perfil residencial da zona. Em vários prédios, os vizinhos deixaram de ser famílias e passaram a ser negócios, gerando preocupações sobre o impacto dessa mudança na convivência comunitária e na manutenção dos condomínios.

Enquanto os moradores enfrentam dificuldades financeiras para manter as contas em dia, muitos proprietários optam por transpassar, alugar ou vender os apartamentos, aproveitando a crescente procura impulsionada pela proximidade com o novo Aeroporto Internacional de Luanda. Essa tendência tem gerado um efeito colateral preocupante: a identidade residencial do Kilamba está a ser substituída por um centro comercial informal, sem regulamentação clara.

Além disso, há um alerta para a necessidade de fiscalização rigorosa. O modelo atual está a desvirtuar o propósito original da centralidade, criado para fomentar a classe média angolana. A falta de infraestrutura empresarial adequada, como avenidas específicas para escritórios e espaços comerciais planeados, leva ao uso indevido dos prédios residenciais, podendo gerar problemas futuros de ordenamento urbano.

Com o avanço dessa situação, até mesmo serviços essenciais podem ser impactados. O novo hospital a ser construído na região pode acabar por servir mais aos funcionários desses escritórios improvisados do que à população residente. Com andares inteiros já transformados em espaços corporativos, cresce a preocupação de que o Kilamba perca completamente sua vocação residencial, tornando-se um centro empresarial desordenado em plena expansão.