Os abusos sexuais a menores por parte de pessoas próximas, com destaque dos que incluem a oferta de valores monetários, marcaram as ocorrências registadas, na última semana, pelo Instituto Nacional da Criança (INAC), informou, segunda-feira, a porta-voz da instituição.
Rosalina Domingos alertou a sociedade para as consequências dos aumentos de casos de violação de menores. Um dos mais marcantes, contou, é o de uma criança de 14 anos, residente no Namibe, abusada sexualmente pelo professor, de 29 anos, que após a denúncia, o familiar da vítima ofereceu 75 mil kwanzas aos familiares pelo silêncio. “O caso já está a ser tratado pelo Serviço de Investigação Criminal”.
No município de Luanda, uma adolescente de 12 anos foi abusada sexualmente por um adulto. Outra, de 16 anos, residente em Viana, foi vítima da mesma prática, efectuada por um professor, de 40 anos.
O balanço do INAC destaca também o caso de uma adolescente de 14 anos, vítima de abusos sexuais, pelo progenitor, um acto que terminou com a gravidez desta. Com base nos relatos do agressor, este promete parar com a prática somente quando a filha atingir a maior idade.
No Cunene, nos municípios de Cuanhama e Namacunde, o INAC registaram-se quatro denúncias de abuso sexual, nas quais foram vítimas crianças dos cinco aos 16 anos.
Casos de agressão
Durante a última semana, o INAC registou 112 casos contra menores, a maioria de violência física e psicológica. Deste número, 76 são ligados a fuga à paternidade e disputa de guarda, 21 de abandono de crianças e negligência, 12 de abusos sexuais.
Um caso de relevo da semana finda, disse Rosalina Domingos, foi o de um menino de oito anos, residente em Cacuaco, vítima de agressão física pela madrasta, que o torturou ao ponto de inflamar os órgãos genitais deste. O caso, acrescentou, já foi encaminhado para o Comando Municipal da Policia Nacional, onde a agressora permanece detida.
No município de Viana, em Luanda, explicou, foram registados, igualmente, casos de maus tratos e agressão física, de três crianças, de oito, 10 e 12 anos, reiteradas vezes, pelo progenitor, com uma catana.
Entre os casos, o destaque recai, também, para o de uma menina de cinco anos, maltratada em casa, por um membro da família, actualmente foragido. A vítima, esclareceu, está a receber assistência médica numa das unidades hospitalares da província.
Em Malanje, uma menor de 12 anos foi vítima de agressão física e encontra-se hospitalizada, em estado grave, com lesões por todo o corpo. “Presume-se que a mesma tenha sido espancada e abandonada junto ao hospital”.
Com base nos dados da instituição, Luanda apresentou o maior número de casos (sete), enquanto o Cunene registou quatro e o Namibe um.
