Vários moradores da Cidade do Kilamba voltam a denunciar um alegado esquema de falsificação de documentos e usurpação de terrenos públicos, que teria como um dos principais protagonistas a empresa TRANS-MAYA.
Segundo os denunciantes, a referida empresa utiliza documentos falsos e direitos de superfície datados do período em que o general Higino Carneiro era governador da Província de Luanda, para reivindicar áreas de elevado valor imobiliário naquela urbanização.
Em declarações à nossa redacção, um dos representantes da comunidade afirmou possuir provas documentais que sustentam as denúncias. Esses documentos já teriam sido entregues à Inspecção-Geral da Administração do Estado (IGAE), no dia 8 de Abril de 2025, levando o órgão fiscalizador a orientar a Administração Municipal do Kilamba a embargar todas as obras na zona norte da cidade — área onde decorrem actualmente as obras da Igreja Católica do Kilamba.
Os moradores alertam que a TRANS-MAYA estaria envolvida numa rede organizada, apelidada por eles de “Máfia dos Terrenos do Kilamba”, composta por indivíduos e empresas que, ao longo dos anos, se têm aproveitado de falhas administrativas e de ligações políticas para se apoderarem de terrenos do Estado e revendê-los de forma ilegal.
Os residentes pedem a intervenção urgente do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), para que sejam apuradas responsabilidades criminais e para que se ponha fim àquilo que consideram ser uma rede de corrupção e falsificação que ameaça a tranquilidade e a legalidade na Cidade do Kilamba.
A denúncia surge num momento em que as autoridades angolanas reforçam o discurso de tolerância zero à corrupção e à ocupação ilegal de terrenos públicos, numa tentativa de restabelecer a confiança dos cidadãos nas instituições e na gestão urbanística da capital.
