Os moradores do município de Belas voltaram a levantar a voz diante das dificuldades que enfrentam no dia a dia, dirigindo uma carta aberta ao Governador de Luanda. Na mensagem, os cidadãos descrevem uma realidade marcada por carências estruturais e sociais, que, segundo afirmam, “já ultrapassou o limite do suportável”.
De acordo com o documento, cerca de 80% da população de Belas sobrevive de biscates, sem emprego fixo nem segurança económica, e enfrenta ainda problemas graves de serviços básicos. Entre as principais queixas está o fornecimento de energia elétrica por operadores privados (PT), considerado “um verdadeiro abuso”, com aumento constante dos preços, serviços instáveis e de fraca qualidade.
As más condições das vias também estão no centro das reclamações. “As estradas estão em péssimo estado, tornando difícil o transporte, o comércio e até o acesso a serviços básicos”, denunciam.
Outro ponto crítico apontado é o fornecimento de água potável, praticamente inexistente em muitos bairros do município. Os moradores afirmam ser obrigados a comprar água a preços elevados ou a viver sem acesso regular.
Na carta, os habitantes de Belas pedem medidas urgentes, destacando quatro prioridades:
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Energia digna e acessível para todos.
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Reabilitação das vias principais e secundárias.
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Fornecimento regular de água potável.
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Apoio às famílias vulneráveis.
“Estamos a sobreviver, mas merecemos viver com dignidade”, desabafou Alberto Crizante, morador do município, que assinou o apelo “cansado, mas ainda com esperança”.
A comunidade exige também maior presença e envolvimento das administrações locais, que, segundo os moradores, “andam muito ausentes da realidade”.
O apelo agora está lançado ao Governador de Luanda, com a expectativa de que ações concretas sejam tomadas para resolver os problemas estruturais que afetam milhares de famílias em Belas.